sábado, 30 de julho de 2011
Andando no parapeito da ponte, elevada por substâncias que me provocavam taquicardia na adrenalina da coisa, observei o rio e a madrugada que estava estrelada, fui noite adentro silenciada por pensamentos injustificáveis de nossos desencontros, "meu coração palpitou a toa por essas semanas?" me perguntava, a cidade iluminada por aquelas luzes amareladas e nenhuma alma viva caminhava por ela, "todos no bar, até ele" pensei, o rio parecia conversar comigo com seu borbulhar de correnteza que nunca pára, vive a correr e joga pra longe tudo que despejamos ali, ele parecia brilhante, como ele estava ali para me responder, falei em voz alta acreditando na sua existência como um mago que iria fazer meu sonho real "Se for, que seja agora, vejo o que quero em menos de 20 segundos" e joguei ao vento frio que acompanhava o leito do rio, eu no entanto, atrasada pra continuar , saí dali com esperança enorme, no momento exato de atravessar a rua seu carro parou meu olhar, sem expressão tive que parar, você também se assustou, percebi que olhou, o vidro fumê não me dava a visão clara e por isso não tive tanta certeza pois você continuou e seguiu pra outros lados, meu coração palpitava, minha mente transbordava, minha pele arrepiada. Foi estranho, caloroso acreditar que mais impossível ainda você estaria no bar.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
J
Ele veio e trouxe um cardápio de sabores, "quero todos" eu disse, olhei no fundo de seus olhos e ele ainda teve a ousadia de perguntar: "tem certeza?" , eu tinha todas, fiz que sim com a cabeça. Nossa como ele me dispara, como ele me deixa sem alternativas, como ele me hipnotiza, e eu que queria apenas experimentar um tiquinho do verde-limão acabei por tomar todos de uma vez.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
O tempo fechou, os raios lá fora pareciam dar chicotadas nas árvores mais altas, eu olhava tudo ao redor, tomadas desligadas, pensamentos vagos, consequência do céu negro que se aproximava e eu tentava não deixar entrar, a janela insistia em abrir com o vento que cortava pela sala e fazia bater as portas, eu ainda não sabia rezar e me sentei no sofá com o manto de retalhos que minha avó me fez, me senti protegida naquele instante, mas os trovões ficavam cada vez mais assustadores, tempestuosos pensamentos tomaram conta quando todas as luzes se apagaram, a vela provisória no canto da sala já estava acesa, procurei focar minha inquietude na dança da chama, em vão, o vento gritava o nervosismo de algum Deus que queria limpar a sujeira lá fora, a chuva chegou grossa e afim de desabar no mundo as lágrimas do que andava vendo, comecei a chorar, nunca estivera tão só, procurei conservar o acreditar que tudo estava bem, mas mais ainda parecia piorar, me perdi e quis andar, ir lá fora, desafiar Deus no seu instante mais revoltoso, saí e a chuva começou a molhar, gotas geladas que pareciam cortar, eu olhava pra cima e me redimia, pedia pra que parasse, estava com muito medo, até que um raio certeiro veio e arrebentou bem no meu coração. Acordei naquela tarde com um susto e um estrondo, olhei a janela, meu coração disparado, uma árvore caída sobre o meu jardim, a chuva fina e meus dois galinhos molhados lá fora, tristes que só vendo.
sábado, 23 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
E foi assim, se descobriram no encontro, no susto e no final?
Mente o estranho corpo de luz sedento que se atira pela noite
adormece o segredo dos olhos míopes que sonham enfim
se abrem e se olham quando tudo já não basta
ontem
e hoje
de novo e de novo,
agitados pelas drogas em suas veias
pelos palavrões escritos nos muros
por eles mesmos se agitaram
às pedras no caminho de passados impossíveis
exaltaram a fome do que era posto
contraditório
inexplicável
instantâneo
se intuíram e se quiseram
através de forças obscuras desarmadas
se abraçaram e sumiram.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Perceptível, intergalático e tão de toque foi o silêncio naquele dia, quisemos interagir com ele no meio do salão, onde os cacos do futuro começavam a se desprender do teto, nos misturamos na fumaça e na evaporação da chuva salgada por sinal. Laços se desfaziam no contratempo do espaço, desligados arco-iris resplandeciam no momento exato, quis comer a terra do presente universo que você me deu, as flores manchadas de céu deixavam a visão turva, criamos a chama que cresceu entre quatro paredes, não mais que isso, suspiros açucarados de exigências abismais, mais, muito mais, perpetuar o primeiro olhar de respiração densa, aquilo que não se pode resolver, aquilo que não se pode acreditar, quis amar assim e foi tudo mentira.
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Fronteiras irracionais essas de instantes selvagens, quando a gente espera que o mundo aconteça e ele dá ligeiramente a volta mais rápida, quebrando barreiras dos sonhos lucidamente bem tratados, cuidadosamente você iguala o universo e restitui o sagrado cósmico que está em volta, partes se juntam nos olhares mais complexos, mais puros resolvemos, aqueles de verdadeira ansia de viver, deixando passar o não saber inspirando a alma de conhecimento, certeiras mensagens jogadas aos ventos tingidas de cor de água, transborda e faz querer gritar, suspirar, enlouquecer, tudo isso ao som de um blues que transcende, enaltece e faz querer beber, descobrindo assim que sagrado mesmo é o amor perante à solidão.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Não desisti disso aqui, nem posso!
papéis, papéis,
passando o tempo ao vento
criando imagens nas nuvens
sonhando
poraí
nos caminhos tortos
de curvas perigosas
me entregando ao que talvez seja muito subversivo
na antítese da velocidade
correndo devagar
com idéias e histórias malucas
inventando vocês
relendo as linhas das minhas mãos...
Me recrio nos seus olhos
tentando ser alguém que faz
e desaparece.
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