terça-feira, 28 de junho de 2011

congelantemente



O Frio de repente ficou ensurdecedor, por aqui as coisas congelam, nos derretemos nas fogueiras ardentes, importa a intensidade de sobreviver e só. Brinquei que o vento assanhava e ele transformou o mundo novo em gelo, acordei quando perdi os sentidos e minha cabeça latejava, o sol nem existia ainda, e meus pés descalços não alcançavam o chão, perambulei até a janela e assoviei qualquer canção, minha boca estava roxa, as pontas dos meus dedos soltavam raios de luz ao redor, o café estava quase pronto, seu cheiro tomava conta do lugar que ocupava, "veeem" soprei baixinho e um passarinho passou rasgando fazendo nascer por detrás das montanhas 3 sóis, um pra derreter, outro pra aquecer e o último pra queimar, me fiz morna no instante dois, e no momento seguinte gritei ao frio que não me acabasse. Sobrevivi em chamas.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

espasmo improvável anti vaidade sem fundamento alegórico por somente usar, ou nada.

Se eu tivesse aguentado a pressão de se usar brincos, talvez eu seria bem diferente, pra combinar mesmo, no máximo uma perolinha sem graça, mas me agonia pensar que sei lá, não ando pra escrever e nem pensar nessa bobeira. Fim.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

instante

Então, abaixa a televisão, quero nos escutar, logo cai o sono e acordamos no meio da noite pra poetisar, faz café pra nós dois, desliga agora a televisão, silêncio entre o nada que acontece no meio da sala, tem hortelã, quer chá? Abre o livro velho e espirra, recita e encanta, fim, nem precisamos sonhar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Absorve a vida

http://www.youtube.com/watch?v=_ijb8vEQkcI


contradizendo com o que digo abaixo.

desgosto

Fiquei desatenta quando me colocaram na jaula de novo, passei a esbarrar em tudo, tropecei mais vezes do que o normal, meu braços perderam o controle, taças sobrevoaram cabeças, cafés esparramados pelas mesas, escrevi tudo errado, fiquei com os olhos baixos olhando meus pés que nunca ousaram andar sozinhos, me senti frágil, desmascarada, sem suspiros e choros, muito menos sorrisos, apenas séria, apenas interna. Confundindo sentimentos, pessoas, contando as grades e repetindo tudo de novo, totalmente presa entre os laços da memória que ficaram realmente amarrados, não consigo mais, muito menos menos. Agonia de não saber por onde sair, por onde fugir, como correr, como sumir.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ponto final

A velocidade me deu sono
bati com a cara no muro
"não consigo correr - nunca soube..."
olhei para os lados
ninguem veio me ajudar
todos apressados
com seus olhos fixos
em pontos e linhas retas
-eu dormi-
quando me falaram pra ter um OBJEtomoTIVO
desregulei a direção
quando misturei os pensamentos,
sonhos e planos espalhados pelo ar
escolhidas letras em desordem
e nenhum caminho a encarar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011



Ela não estava no seu mundo real
não conseguia enxergar, não via nada
apalpava o escuro
o breu

sentia-se irregular
tateava o verdadeiro sentido
não sentia mais nada


Haverão respostas para os desencontros? Haverão de existir, espero.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Entre

Abotoei a camisa até o último botão, o frio decidira entrar por todas as frestas da minha roupa, ecoaram mil passos atrás de mim, apressei o meu, soltei meus cabelos e me abracei, o relógio da cidade marcava 3:00 da madrugada -1º C, meu perfume se misturava com os respingos de conhaque na manga e o cheiro do cigarro entranhado em meus dedos, cidade vazia, todos dormindo em suas camas e seus 5 cobertores pesados, a casa parecia mais distante, na rodoviária nem os ratos vinham me olhar, o vento assoprava em meus ouvidos e não eram canções de bar, tropecei uma ou duas vezes, minhas pernas estavam arrepiadas e tremiam, ao redor o silêncio , os segredos de cada casa, a intimidade dos outros por trás de portas bem fechadas, já na rua de casa ele vinha em minha direção, ou foi apenas ilusão, as sombras me enganavam de novo, os postes que em meia fase, abaixei minha cabeça e segui em linha reta, "mais uma vez sozinha por entre as grades, se fosse verão talvez eu estivesse passando a mão por entre elas" pensava, e procurava respostas e inventava poesia, frases, devaneios, loucuras, o caminho de casa, os paralelepidos, as árvores que se mexiam e os pássaros noturnos me fazendo compania. Portão amarelo e segredos escancarados a chave perdida no meio da bolsa, a vontade de nem sei, o chá antes de dormir, a cama fria e a sede de sol.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

salve-se


















Estive dentro de um caleidoscópio, misturei as cores no meu olho, absorvi felicidade, transpareci em energia pulos de alegria, senti calor em apertos de mão,abracei quem eu queria, agradeci sem precisar falar, bebi doses de harmonia, caí do balanço algumas vezes, dei risada em voz alta, quis gritar e gritei, todos estavam tão lindos ao meu redor, meus cabelos estavam soltos e rebeldes, apesar da escuridão tudo estava colorido demais pra ser verdade, e de novo me apaixonei pelo Rock´n Roll e pelos meus amigos que encostaram e trouxeram o segredo de estar a salvo quando decidimos cantar juntos em vozes únicas de guitarras, baixos e baterias, restou-me a rouquidão quero crônica, quero pra sempre.