sábado, 27 de novembro de 2010

ACORDA

incontrolável mente
palavras que as vezes não querem sair
olhares vazios sem expressão
arrepio que sobe e faz seu cérebro estremecer
inventa alguma coisa
se mantém acordado
mexe as pernas
olha lá fora
bebe café
nada acontece
mesmo se acontecesse
você alvo
do sono
de tarde
vazia e
morna

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Que seja doce.

-Quais são suas perspectivas para o ano que vem? Hein?
-...
-Hmm?
-... Não sei mais fazer planos, talvez alguns sonhos, mas nada demais não.
-Fala.
-Nada de verdade,no segundo seguinte à virada eu costumo desejar o que vier na cabeça, mais nunca me lembro depois o que eu quis, e sempre acho que acabei não desejando nada mesmo.
-Mas nada do tipo, vou fazer alguma coisa, usar calcinha vermelha, pisar nas uvas e tal?
-Não, nada disso, o que tiver de ser será, qualquer coisa tá valendo, qualquer coisa as vezes é mais emocionante do que tudo aquilo que eu desejei, com o passar dos anos a gente descobre que fazer planos não está com nada, caímos na decepção a maioria das vezes... Viver de sustos é mais interessante, e quando vê já foi.
-Bu!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH
Tenho um final de semana pela frente,
uma noite mal dormida
e afazeres milhões
trabalhar e trabalhar
com a certeza que as cachoeiras explodem lá fora
detrás da porta
além das montanhas
SOL!
Viajar pra longe
desligar
você
Mas segue
e segunda eu acordo de ressaca.

Em contas

Esses números todos, meus postes contados, meus passos, meus fios de cabelo, meus goles de água, as estrelas que posso ver entre as duas pilastras da varanda enquanto deito na rede com um livro cheio de palavras e 458 páginas entreaberto recostado no peito, as 6 árvores da esquina antes de virar e ver as 24 casas coloridas de números absurdos (1957), os sorrisos desdentados que me aparecem no caminho, cinco passarinhos nasceram no quintal, as quatro patas do cachorro, seus infinitos pelos ao redor, meus poros em um constante respirar.Coloca no volume 20, aumenta pro 30, e se os números aparecessem nos ângulos de cada movimento meu? A certeza das exatas do exato momento de agir, em números, o tempo desnecessário come os segundos e anos a casa milésimo de sol andado, como o fogo crepitando na madeira que vira cinza. 3 moedas embaixo da terra pra dar sorte, regra de três, três pulinhos se achar, volta em três a má sorte ou boa, incerteza. Sete pedaços de vidro estilhaçados no chão, um soco no espelho quebrando a imagem daquilo que as horas e todos esses números te fizeram ser nessa idade. 4 estações, doze meses e um susto, segue atropelando os dias pra não ficar de fora, some um dia se perdendo no álcool, desliga a vitrola com as canções já tão antigas. Olha para a palma da mão, cinco curtos dedos, um M implantado de futuros já vividos e tão incertos.
Em versos não-lineares transformei o som da guitarra elétrica em dedilhados profundos de violão, cantei duas linhas daquilo que já estava escrito a tanto tempo, palavras guardadas aos ventos que se faziam no fundo da gaveta. Meus segredos em sons espalhados pelo quarto, recordações e saudades do passado que talvez eu nunca tivera, invenção da mente transposta na inundação que o mar fez e misturou em mim.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sob Pressão

Não somos católicos. Não decidi entrar naquela igreja por espontânea vontade, muito menos chegar naquela cidade com vontade de rezar. "Já que estamos aqui, vamos entrar, fazer uma oração" , "Certo", nada contra pra falar a verdade, entrei. Esplendor de arquitetura do início do século, imagens, um milhão delas, velhos, cheiro de missa, talvez papel mofado, sentei no banco e juntei as mãos, "há quanto tempo eu não rezava?" Suspirei e tentei fechar os olhos, me senti observada, disse: "Oi Deus" e voltei a abri-los, um altar na minha frente me pedia que eu ajoelhasse, adorasse, e meu coração acelerava rapidamente ao perceber quantos olhos me espreitavam, olhos de santos, todos com tanta ternura e ao mesmo tempo tão donos de mim ali, fiquei aflita, becos escuros dentro daquela igreja, um teto de anjos com suas caras angelicais, tudo tão parado, "Deus, e se eu gritar?" minhas pernas balançavam, meus olhos rodopiavam sem saber por onde começar, um breve: " Deus me perdoe, sou grata amém" e uma escapada pela porta lateral, eu realmente precisava respirar não consegui me concentrar, e quando cheguei lá fora percebi uma árvore gigantesca, já devia ter uns 100 anos, ela balançava lentamente com o vento matinal, cheguei bem próxima a ela e abracei bem forte, aí sim eu fui sentir que Deus estava ali comigo, vivo e sem me repudiar.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sexta-feira
colapso no silêncio
de cidade pequena
nada
e tudo
se faz quieto
anda pra ver o que acontece
entra no boteco
cheiro de final de semana
se afoga na cerveja
bolinho de bacalhau
O rapaz no pandeiro
o outro no cavaquinho
Adoniran
você, batuca na mesa
se faz risonha
desliga os problemas
brinca:
-Aah Brasil meu Brasil.
-Aah Vamos embora - te gritam
Deixa como está
é sexta
que preguiça de dormir
que orgulho
tem poesia
dá pra curtir
Te julgam diferente
- O que faz assim mexendo o ombro?
- Danço Brasil, me vejo aqui.
Fecha a conta
pimenta
passos tropeçados
sai com um sorriso no rosto
recita ao silêncio da madrugada
"Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia."
Blusa pendurada no ombro
céu estrelado
lua te chama
- Ai que vontade de fazer uma serenata.
- Vamos embora.
- Eu vi, vi uma estrela cadente!
Solitária.
- Chegamos ao fim da estrada.
- Salto?
- Se é isso que você realmente quer, vai em frente.
- Não sei, e se eu voltar e tentar de novo? Agora eu sei o como é o caminho, não vou ter tanto medo.
- Mas você vai continuar sendo a mesma, blasé, poucos amigos, nenhum amor...
- Eu tenho amigos mas não sei se eles me tem, e amor? Eu acho que tenho um mas não consigo suspirar.
- Viu só? Se você voltar você vai rever tudo isso e ter a mesma certeza que teve quando chegou aqui.
- Mas eu desisti de tantas coisas, tantos sonhos, não cumpri promessas e tantas outras coisas que você me fez esquecer... Queria rever isso aí.
- Isso passou, se você for voltar, tudo estará diferente, modificado.
- Salto?
- A decisão é sua, só não pode ficar parada aí empacando o seu caminho...
- O que tem lá embaixo?
- É estranho olhar pra baixo e não ver nada né? Você sabe o que tem, eu estou aqui só pra te apressar, e não te falar nada a respeito do que pode ser amanhã, na verdade, pode ser qualquer coisa.
- Você não me dá segurança, nunca deu.
- Eu nunca pude.
- Você sempre mentiu pra mim... Sempre.
- É o meu dever, agora vamos você já está bem atrasadinha.
- Tenho muito medo, é um novo lugar, nova estrada...
- Quer me dar a mão? A gente pula juntos.
- Vai na frente, você sempre foi.
- Nunca fui na frente, você sempre andou devagar e eu sempre tive que te esperar enquanto você observava outras coisas.
- Desculpa, não tenho seu ritmo ou não ligo mesmo.
- Que é isso, eu sou seu, você é minha dona mesmo... Vamos pule!
- Já vejo qualquer coisa lá embaixo, impossível distinguir.
- Vou te empurrar!
- NAÃÃÃÃÃÃÃAAaaaaaaoooooooo Tempooooo!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

verão de desejos
em sonetos tão maracatuísticos
não é vontade de praia
é vontade de mar
cores
sol
caranguejo de andada e perdido
observar e absorver
nuvens que parecem explosões no céu
necessito pessoas, risos soltos
pé fincado na areia
coração tambor


"Para dentro do universo
Música quântica..."

terça-feira, 16 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

eu estou bemcomo eu nao devreiria estare. bebia umas cervejasr e ti mei umns goles de akgumas dcoisas liooucas, descidi escrever como nabtesm eu mevejocom cara e sonio e com vntade de sonhaaar, uns minustiosd paraamim. emgrãos meus sonos. TaLVES QUE EU VA DORMIS, talves que eu vfique aqui.. ate´mais,

acho que rtueu
to melhrando
o rafael veferz miojo moiojomijo pra comer cmoi.
obriugada

Buns loucos da vida

Abrem-se janelas nos momentos mais picantes
Um momento gira e outros circulos te envolvem
E tudo acontece como deveria acontecer
como se interligados
como se dançassem de acordo
com a sincronia
do que é pra ser.

Ressaca



Olhos perdidos no mar, lamentações de passados inebriados em destinos ensanguentados, vontades tantas já sem limites, relíquias dos medos mais profundos, abismais. Oi? Oi... Nada mais, suspiros aos ventos, o cume da pedra mais alta lhe puxou para baixo por diversas vezes, o tempo nas mãos, a maré enchia de acordo com seus sonhos intensos, enquanto leves o mar calmo acalento para os desabrigados, alisar sonhos de outros por estar tão livre de seus, de vez em quando, raramente.- Se cuida, vai ser bom assim...-Obrigada. A lua sorria e esparramava luz em seus cabelos negros, sua pele morena, seus olhos de sono, cansados, enquanto o sol no renascer constante esquentava seu ego e lhe deixava ser preenchida de violeta sua cor. Dissimular a vida, sua arte em conclusão do que é ser agora, abraçar a brisa futura mesmo sem saber do que ela se trata, nunca saber, deixar-se acreditar ao redor em tantas coisas naturais e simples de sentir. -Jajá chega. - Eu sei.

sábado, 13 de novembro de 2010



Nos ventos turvos de uma cidade interiorana, jovens se despiam e deixavam que aquela poeira suja da cidade lhes grudassem nos rostos, cabelos e corpos, mas eles não tinham a real noção do que faziam, se deixavam sangrar no meio da loucura que os ventos os tornava e faziam ser. Dançavam e pareciam felizes, ou o barro moldado em seus rostos feito de lagrimas e terra lhes davam um sorriso simpático, não se destinguiam mais, não sabiam se eram velhos, crianças, não sabiam de sexo, não sabiam de palavras, esqueciam-se de seus problemas, desfaziam-se de suas virtudes, se jogavam no vento desconhecendo o sentido de viver, não queriam saber de conhecimento, viviam o ali ilimitado, e não queriam saber em que direção o vento soprava ou tentava os fazer sentir, estarrecidos por surpresas boas(?) ou ruins ficavam ali com suas bocas abertas, suas narinas a sugar o máximo de coisas que podiam, suas mãos se alisando e tentando se reconhecer, ficaram viciados e do tempo se estava frio ou não já nem queriam saber.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

espelhos



Mayara diz:
eu só qria que cuidassem de mim e me assumissem
Mayara diz:
pq eu sempre fui a esquisitinha q todo mundo qria pq era a diferente de tudo, inteligente e tudo mais, mas a que tbm ngm qria levar p casa
Marília diz:
"a diferente"- may, as pessoas se acomodam ao normal, e tem medo de enfrentar .. porque além de tudo, somos misteriosas demais, daí vem o medo
Mayara diz:
verdade né
Marília diz:
eu acho que é poraí, temos reações diferentes, eu to me colocando também porque ée.. eu sei o que é isso.
Marília diz:
eu jamais dancei igual as outras e nem pretendo dançar
Marília diz:
agora, encontrar alguem que queira dançar como a gente hoje em dia? complicado
Mayara diz:
muito né
Mayara diz:
parece q o mundo é de quem é comum e igual a todo mundo
Marília diz:
e eu só vou aceitar alguem que olhar nos meus olhos e entender, até hoje - ninguem, todos muito práticos, todos.
Marília diz:
as pessoas estão loucas de não querer vivenciar o verdadeiro amor
Mayara diz:
a gente tem se valorizar tbm né lila
Marília diz:
aquele amor ilimitado que não se fala mais
Mayara diz:
pq a gente sabe do nosso valor
Mayara diz:
eu me recuso a adequação
Marília diz:
eu também.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ele



Dizia: Pode contar comigo.
Nós sabiamos enquanto ele estava sempre junto
mas alertava: Paciência
Tivemos todas.
A certeza de que,
seu cabelo cheiroso
seu carinho
sua vontade de beber água
estaria sempre ali
Eu, enquanto criança
auge de meus 8 anos
escondida passava por debaixo de sua maca
até chegar no ponto onde seus braços descançavam
o sol parecia nascer ali
na varanda
e de alguma forma
ele sabia de meu esconderijo
falava:Como vai Dona Candoquinha?
Muito bem, obrigada meu querido senhor-eu respondia
e gargalhava
Mais tarde ele me ensinou
sobre musicais
sobre traduzir
sobre aprender
sobre o valor do antigo
sobre prestar atenção
sobre cultura
sobre humildade
sobre nós mesmos
sobre mundos paralelos
sobre poesia
sobre brincar
sobre dormir acordado
sobre acreditar
sobre o que importa
sobre o que não importa
sobre as flores do jardim
sobre o calor de um abraço
sobre o olhar de cada um
sobre esquecer
sobre não se preocupar
sobre o valor de detalhes
sobre doenças
sobre perder
eu sempre soube que perderia
sempre
mas não daquela forma
muito menos tão rápido
sem som de voz, perfume,
dose de whisky com gelos surrupiados,
café e
jornal de manhã antes de ir pra escola
acabou.
Sabe aquele filme que paramos na metade?
terminei de assistir, só que dessa vez tinha legenda,
não teve graça
não teve pausas
não teve explicações
Mas
eu tenho a certeza de tudo hoje
depois de todo esse tempo
depois de tanto chorar
saudade
você está aqui
em tudo ao meu redor
e mais do que nunca
nada pode nos separar

Meu Fernando José
meu avô
meu único e real amor.


ACUSAR

EM PLENO TIROTEIO

A BALA

QUE ERA PRA MIM

ACERTA EM CHEIO

VOCÊ.




VIRA O JOGO

AS CARTAS SOBRE A MESA

DESFAVORECEM

A SUA OUSADIA

DE QUERER ME ROUBAR

VINGANÇA MINHA

MEU TRUNFO

A CARTA EMBAIXO DA SAIA

FECHA O JOGO

VOCÊ MORRE

ADEUS

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Conversa interna

Quietinha amor, fica quietinha...
shh
descansa em paz, esquece,
segura minha mão,
percebe bem onde você está...
Nada é por acaso,
fecha os olhos
escuta essa música
folhas caindo
enfia o pé na terra
chora, isso mesmo, chora
-eu não sei mais como chorar
lágrimas rubras se tornam azuis
tudo modifica ao seu redor
coloca a mão na água
poderosa não?
-minha garganta dói,minhas costas arde, pega fogo
silêncio
escorre a lágrima mais doída
cai na terra e se espalha
o céu já não é o mesmo desde que você chegou
muito menos eu
segura a minha mão,
percebe onde você está...agora.
shh
quietinha
Meu Amor.
E quem disse que seria simplesmente confiar?
Traduz pra mim de novo
já não aguento tanta bobagem
TOLA
-três gotas de sangue escorridas no assoalho da sala
passado com marcas um tanto envelhecidas
BOBA
foi você quem bateu com a cabeça no chão
no dia que decidiu que todos eram iguais
PRESTA ATENÇÃO
Não vai por aí, corre pra lá, vai tropeçar
eu precisava disso e no entanto nunca tinha caído
COMO
HOJE
CAÍ
DE
BOCA
perdi todos os meus dentes, meu coração sofreu uma parada cardíaca
estou esfolada
desconcertada
petrificada
desisto.


TODOS SÃO ESTRANHOS.
Olhos famintos de imagens capturadas ao redor deixando-as no mais secreto que o sub consciente possa esconder.
Palavras sub entendidas e amadurecidas com o tempo que chocam com aquilo que eu me julgava ser.
Te entendi quando você se propôs a ser gentil
Te entendi quando seus olhares perpendiculares se desfizeram ao vento
Te entendi quando sua mente não parou um segundo sequer
Não procuro mais entender,
pois
você se desmanchou e se tranformou em um simples e irreal sonho
a surrealidade encantadora foi embora,
o êxtase, a intensidade
se superficializaram desfazendo assim a possibilidade que um dia eu tive
de realmente acreditar.

sábado, 6 de novembro de 2010

Qualquer coisa no som

esse som
não condiz
pensamento.




Embriaga-se e se agarra à cerca vulnerável a arranhões, certo,
depois de tudo, estrelas por cima das árvores que pareciam cair,
grama úmida, areia nos cabelos, um único & estranho som,
vozes escancaradas e bundas por todas as partes,
se mexem e dançam enlouquecidas,
abismada, percebo apenas o céu
estatelada, estapeiam minha cara
"onde você está? onde você está?"
-Não sei mais, não - sei - mais, risada irônica.
"Estou deitada, não entendo o que dizem, preciso de mais uma dose de whisky..."penso
Levantar pode ser demais ou pode ser a morte
minha visão já não condiz com os olhares platônicos
meu sorriso foi digerido pelo sarcasmo
"O que eu estou fazendo aqui?"
Festa errada, pessoas erradas, mente implícita.
"Vou embora dessa bosta."
Na rua: "já perdi a paciência, envelheci"
eclético não quer dizer pra qualquer coisa
e qualquer coisa tipo aquilo, é muito estranho pra mim.

Sonho lúcido



Depois de um dia cheio de significados, sintonias, sincronismos e adjacências, eu tive a plena certeza de que nada é por acaso, longe de ser aquilo imposto pela sociedade, tabus e hipocrisia, desfiz pedaços de minha pele em trechos um tanto significativos. Passeio solitário por terras hoje não mais desconhecidas, tomei um café na praça, reconheci transeuntes e nem mesmo sabia quem eram, falavam comigo com simples olhadelas e "ois" acenados, eu no entanto, correspondia com um sorriso amarelo. Árvores, chafariz, sentei-me no primeiro banco livre que encontrei, acendi um cigarro, sentei com uma certa preguiça, pernas pra cima e cruzadas, observei, folhas, flores, crianças, fofocas, olhares, "estou sozinha" pensei. Mil questões pairavam minha cabeça, depois de tanto andar e procurar, o que eu estava fazendo ali? Minha pele ardia. "Pai, eu reconheço tudo isso que o senhor está falando, mas eu cheguei num ponto onde não vejo mais sentido em Ser. A vida é outra coisa." - Nos demos razões, decidi melhorar, conclui que é fase e logo tudo muda, sempre mudou. Fui jantar na casa de uma tia, mais casais, velhos casais, "Você pode sair do corpo sabia?" - Aquela pergunta bateu no meu estômago e demonstrei um certo susto quando o homem místico me olhou perguntando, "como ele sabia?" me perguntei, meu pensamento por incrível que pareça girou em torno disso na tarde que acabara de passar. O dia ao meu ver foi profundamente emblemático de palavras jogadas ao ar, tive que captá-las e digeri-las quando cheguei em casa e fui fumar um cigarro na varanda. Liguei a TV, e nada me prendia a atenção, Gilberto Gil no canal escola dizia palavras calmas, sotaque baiano, trinta e poucos anos, irônia foi preso pois o governo achava apologia às drogas em algumas de suas canções, preso em um sanatório, absurdo, logo mais Os doces barbáros se faziam na tela tão alegres e numa harmonia linda.Quis tomar um vinho, pois a noite se fechou com chave de ouro, e na falta de vinho, água.Dormi e a história continou mas decidi já não escrever sobre sonhos aqui, pois eles andam mais que impossíveis de controlar.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ondas explosivas
colidem com o que há de ser
catastrofe transitória
do que fui, sou e posso vir a deixar de ser
satisfação no caos
fumaça de mentiras
sub-julgadas, apontadas
escarnescer diante
febril e com ódio
mente que exita
em palavras desaprendidas
"mas quem sou eu mesmo?"
Me disseram e eu não sabia
não confie em mim.
Nascer
a partir do desconhecido
gerar novos conflitos
esperar ondas gentis
novo sonho
nova vida
Recomeçar
pra depois voltar a morrer
Fases de insultos, gritos e ousadias
mais nada
desforme, presente e sem ar
distante de qualquer coisa
sei lá,
pode ser minha introspecção lunar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sozinha

E se eu simplesmente sumir?
Sumir não...
Voltar?
Assim,
sem deixar satisfações...
Seguir
o meu rumo.
Longe de mim,
aqui estou.
Eu vou, juro que vou,
e só volto mesmo só.
Só quando reencontrar
aquilo que está realmente
perdido.

Mulher no poder

Agora quem dita as regras é ELA!
Vossa Excelência, Minha Senhora.