sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

É ser quase árvore quando se olha de um jeito triste.

É de raiz, debaixo do pé, pra andar faz um esforço danado, primeiro um pé, ajuda com a mão por trás dos joelhos, depois o outro, nem percebe o caminho pois só pensa em arrancar aquelas raízes do chão... Quase cai, tenta manter a posição ideal, as raízes parecem ter suas próprias direções. É preciso manter os braços abertos, ter equilíbrio e nunca perder a vontade de cortar do pé o que finca na terra, vontade de deslizar e parar de cair, vontade de pular, voar, rolar no chão, sambar, mas o seu limite é ali, fica parada, inerte, sente-se acomodada aos seus sonhos, sente-se segura, sem medo, nunca ousou ter. Sempre preocupada às suas raízes, olhou para o chão durante anos, contou seus passos, não passaram de 3. Enquanto parada, passou a escutar ao redor, ultrapassando seus próprios limites, deixou de ser surda, quarto passo. Ainda aprende, já teve vontade de desistir de tudo e apenas deixar que suas raízes crescessem e entranhassem em um ponto fixo, não desistiu, tá aí vivendo no rumo de suas quedas e desequilíbrios, machucada, não deixa de tentar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um dia 2 cigarros

Acordou e não sabia ao certo se na TV ligada todos falavam ou não diziam nada:
café na varanda
sol cedo
camiseta e calcinha
pés descalços
"me deixa" sussurrava
acendeu o primeiro
fome de nada
dedillhou músicas no violão
sentou no chão
fechou os olhos
as horas passavam
sem perceber
estava embaixo da cama
desfiando os fios do colchão
chuva tarde
janelas fechadas
acendeu o segundo
tossiu
ligou o som bem alto
cantou pulando
dançou sozinha
domingo.
Epifania
momento
Êxtase.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ninguém

Talvez muito,
exagero meu
talvez nada,
conformismo meu

Transcedental
sonhei
sem regras

24 vezes

Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
12
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Até quando?
24

1 vez ao ano
se pergunta.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Breu

2 horas de escuridão total
relâmpagos escondidos por trás de nuvens
desfazendo sonhos em outras áreas
matando seus próprios matadores
a última vela acesa na mesa da cozinha
a varanda cheia de água
escorre músicas da garganta ansiosa
não precisamos de luz
não precisamos de televisão
não precisamos saber das desgraças alheias
o rio enche devagar
afoga
mata
mais alguns minutos
e a neblina cai
esfria, gela a mão
pego um livro
iluminado pela única luz da casa sem lua
flashes absorvem a monotonia
palavras jogadas em cima da mesa
em voz alta e clara
na falta de luz,
me descobri em Augusto dos Anjos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Eu queria ler um livro, pensar junto com você.
Silêncio gente, tem uma árvore crescendo ali...
Foi no bosque que nos revimos
o som do vento quase cantava
pensei: "vida"
e o tarot me deu a resposta exata
a terra batida e meus pés descalços
o rio que corre parece brilhar
"eu estou com você"
sussurrava
aroma de grama, orvalho, ervas
me deixar respirar
coração pulsa lento
escuta pertinho.
Disco-voador
além
direção ao sol
cheiro de diesel
chão de pedras
luminosidade florescente
dedos apontados
oh
Pra onde vamos?
zxyyxzxxyz
breve resposta
decifra
janela &
acorda.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Da alegria que serpenteia
Do rato no meio do caminho
Da digestão seca e do tempo perdido
Da vontade de começar tudo de novo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Projeção

mesmo que seja irreal olhar
fruto
imaginação
transversal
do que eu possa estar sentindo
quero te tocar
cheiro
beijo
melhor ficar longe, não é?
Não sou de me machucar
alimento
o impossível
aos ventos.
Tempo sangra
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Você iria no meu funeral?

Lost in the paradise

With birds, dogs and fairies
Thinking in the sea ever
Dancing in the cosmo
My steps
You
Remembering
Being nothing
What we just can be
Now it´s time to get away
Please send me a letter.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

eueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueueeeeeeeeeeuEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUEUeueueueueueueueueueueueueueueueu

você, é, você.

eueueueueueueueueueEUEUEUEUEUEUEUEEUEUEUEUEUEUEUEueueueueueueueueeeeeuueueueueueueueuEUEeu

você, é você.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

De conversa às madrugadas amistosas.

me: Meu amigo fabinho, estou bêbada o suficiente pra dizer qualquer coisa que possa ser desacreditável..
Fábio: E pq seria desacreditável?
O que pretendes deixar fluir que está encubado ae?
me: Não sei se minto ou invento
deixar fluir faz parte de nós, digo, aqui.
você sente? Não
nem preciso mais falar.
você me fez ver o que pode ser poesia em vida, e sinceramente?
sinceramente?
isso me fodeu.
Fábio: Logo?
Vc é deveras criativa e inteligente...está atrelada a mim Lila, vc sabe disso...é como se a vida toda vc estivesse procurando por alternativas remotas...um "Portal" para a felicidades e se deparou
*Deparou com a "Porta Amarela"
Você me ama desde a primeira vez em que trocamos palavras de afeição mítica onde nossas almas se tocaram num conto de muita magia
me: Encontrei e desencontrei poetas perdidos no espaço.. Me fiz poeta, aprendi que nós, em nós sagrados somos verdadeiros inventores de amores inexistentes, cansei fabinho, quero uma pessoa normal e não consigo mais enxergar.
Fábio: Somos especiais
Está perdida no Tempo-Espaço de seus próprios devaneios...sim sim, vc está certa, a possibilidade de se libertar das amarras do tempo
Sim Lila, procure sentir e busque, vá em frente...me encontro do Rio de Janeiro e vc?
me: Sou do Brasil Fabinho, quero gritar e não vejo paredes que ecoem, quero enxergar e meus olhos só tem lágrimas secas, quero tocar e minhas mãos estãos adormecidas, meus pensamentos estão no universo, acreditando nas possibilidades mais remotas possíveis.
me: Não consigo parar de escrever, não consigo ser o que fui, não quero mais acreditar no amor, não consigo...
Fábio: Você está estática...se és do Brasil, pq não parte em procura de "Respostas" e novas sensações?!
me: corrompida. Gostaria de me deixar levar levemente.. Mas palavras faltam...
Falta o sentimento
verdadeiro e
real
que um dia eu possa ter sentido.






Não sei mais.
Quem sabe tudo não passa de sonhos e mentirinhas do tempo?
Vou dormir e viver, acordar e morrer.

Egoskol.

No álcool descobri que ser pode ser mais que sentir, ou sentir pode significar mais do que te ver, ou te ver pode ser estar em mim, ou qualquer coisa que não se entenda o que pode ser subentendido em nós, acho que nada, nada mesmo, suas palavras estão soltas no ar em contradição com o que penso, aaahh, não somos um só, nunca fomos, me prometo em suas promessas que eu não sei o que querem me dizer. Ontem acendi uma vela, isso mesmo, acendi e só vi a chama, chama que chama a boca, chama a voz, chama a poesia desfeita em milhões de pedaços, tentei enxergar o pavio, não existente no momento, não, certeza que você não diz nada pra mim, diz pra todas e pra muitas. Oi? É você mesmo, pronto falei. Não quero te desligar, gosto de você, gosto do que há em você. Meu limite em cervejas abismais e segredos escancarados em mesas de bar, cidade vazia, sonos às avessas, desfazendo, refazendo, sentindo e des(sentindo), e se eu for mais do que você pensa? (Re)conhece minha essência? haha, não. Ah deixa pra lá, já esqueci e sinto falta do que não sei.

2011

Decidi.
2011
expectativas
vãs
sagradas
qualquer coisa
pra você
2011?
um segredo,
meu
e só...
Eu quero
amor(es)
secreto(s)
amor(es)
verdadeiro(s)
amor(es)
enlouquecido(s)
Descobrir
quem sabe?
o que é
Nunca soube.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Tudo é novo e eu não entendo

Posso dormir aqui pro resto do ano?
Não me importo com as músicas que ele toca
não conheço nenhuma
olha pra mim,
não estou aqui, estou na chuva
esse goles não são mais meus
me dá sua mão,
esquenta ela, estou com frio
meu futuro está solto no ar
sem surpresas e talvez morno
o amor vem?
um dia eu quis acreditar
me perdi, acredito pouco
não quero mas pensar sobre isso
o amor é tolo
em você
Bobagem pouca sem coragem de assumir
minhas vontades
esquece
sossego em pingos
sola dos pés cansados
mesmo que nada dê certo
vou ficar quietinha
distante de nós
e se quiser me ver
passe as mãos em meus cabelos
vou te olhar mas não sei se vou te ver.

"Caía uma chuva fina
Em forma de confissão
E eu, solidão
Sou como a folha de outono
Que sem dono
Navegando chega aqui
Pra lhe dizer que o abandono
Já vai chegando ao fim
E eu, solidão
Só falta agora o teu sorriso
Um aviso
Que a luz do sol está por vir
E se você me vir vagando
Sem razão
Não vá pensar que o desengano
Mora no meu coração
Há muito tempo já se foi
A estação que vem depois
Descortina todo o esplendor"