sábado, 17 de novembro de 2012

De rima fácil

Estado de espírito: LEVE Ao alcance de meus sonhos. Passageiros sonhos livres de tempestades. Acordo depressa pra não afogar, estou nuvem passageira sempre em busca de melhorar. Fiz um acordo comigo mesma, um tipo, "fica tranquila que é fácil nadar". Quando esfriou,queixo quis cantar, aqueci minha alma, abotoei a blusa e saí pra pescar.
Coração palpita a toa, gole de nós no vinho de madrugada, velhos tempos... Preenche vazio pensar . Nos perdemos no instante que aprendemos que viver era mais intenso do que pensávamos. Caminhos tortos, você lá, eu cá, os outros... Aquilo que foi, ficou, está sendo. Outro gole, arrepia a saudade, nossos risos carinhosos, nossa amizade. Te vi em lembrança, ri sozinha, te encontrei em mim falando besteira. Doce Vinho-Saudade, Fez perceber que sempre estivemos juntos naquela risada, naquelas palavras, naquela época E um tanto bebido hoje.
Cigarro da saudade, +1 e outro para disfarçar presença.

Sozinha: a noite será dona de mim, de minhas vontades, sonhos. Cigarros esfumaçam meus pensamentos transeuntes-passos através da janela gole de café silencioso. Sozinha: destino fatídico lunar que sorri ironicamente de meu pensar. cômodos acesos, televisão ligada, fingindo ser alguém, ninguém. Assim, solitária e calada ultrapasso a madrugada.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Como se fosse árvore

E não havia tempo necessário para que aquele vento fosse respirado de forma essencialmente pura, para que aquele todo fosse absorvido de uma só cor, tonalidade singular de cada um. Ela abraçou o infinito que se fez a sua frente, sentiu dores do mundo, se cortou de dentro pra fora, fez significar, precisava. Coração palpitava na garganta como se quisesse expulsar choro preso, engolido, ela apenas levantava a cabeça afim de digerir, não adiantava. Respirou profundamente e foi engolida pela terra, seu corpo quente sendo alimentado de energias que haviam se dissipado com o tempo, se deixou crescer. Já não era matéria, já não sentia nada, era pó e tão natural, tão igual, não mais e não menos, apenas era. O Ser-Essência transbordou entre aquelas muralhas impostas em sua vida, atravessou hipocrisias, gritou. Abriu os olhos em chamas que ardiam em sua alma vontades de paz e bem. Estava limpa de novo, se sentia internamente preparada para semear tal fogo. Era ela dali pra frente, ela e só.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por Joaquim e seu pulsar

Meu caminho encontrou teu nome, no desfazer de outros significados. Meu caminho encontrou teu sentir, no desfazer de outras palavras. Teu toque na minha face, meus olhos fechados no teu sorriso. Te bebi em café hoje, nos pensamentos que estiveram por tanto tempo coagulados na parede de meu cérebro. Você esteve enquanto eu já não estava, tinha me esquecido até de te esquecer, mas você veio manso a me pegar desprevenida, distraída, deitada na rede. Um gole de você no meu silêncio, um riso frouxo de lado, a lembrança esquecida, a vontade. "Joaquim?" . Havia perdido a inspiração, nunca mais tive vontade de escrever aquelas cartas que só você por sinal entendia. Passei a ser tão corrupta quanto as minhas crenças, tudo era seu... Você veio, quieto e doce perambular nos meus sonhos. Respirei devagar, pra não deixar te apagar. Me assustei. Tudo isso já não bastava, o arrepio vinha a tona na nuca e desgraçava o prazer que você me dava, salgava nossa lealdade, nossa cumplicidade. Você mudou, seu pulsar mudou. Nos demoramos observando o que nos tornamos. Monstros no sentir, intensos cada um do seu lado, me mantive longe querido, te mantive longe... Ou tentei. Me recuperei quando nos achamos entregues um ao outro, você no seu pulsar e eu no meu sentir. Descuido besta. Joaquim em êxtase nunca mais sumiu.