sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
É ser quase árvore quando se olha de um jeito triste.
É de raiz, debaixo do pé, pra andar faz um esforço danado, primeiro um pé, ajuda com a mão por trás dos joelhos, depois o outro, nem percebe o caminho pois só pensa em arrancar aquelas raízes do chão... Quase cai, tenta manter a posição ideal, as raízes parecem ter suas próprias direções. É preciso manter os braços abertos, ter equilíbrio e nunca perder a vontade de cortar do pé o que finca na terra, vontade de deslizar e parar de cair, vontade de pular, voar, rolar no chão, sambar, mas o seu limite é ali, fica parada, inerte, sente-se acomodada aos seus sonhos, sente-se segura, sem medo, nunca ousou ter. Sempre preocupada às suas raízes, olhou para o chão durante anos, contou seus passos, não passaram de 3. Enquanto parada, passou a escutar ao redor, ultrapassando seus próprios limites, deixou de ser surda, quarto passo. Ainda aprende, já teve vontade de desistir de tudo e apenas deixar que suas raízes crescessem e entranhassem em um ponto fixo, não desistiu, tá aí vivendo no rumo de suas quedas e desequilíbrios, machucada, não deixa de tentar.
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