sábado, 30 de abril de 2011

não existir




















Atônito
Ode a maldade
em nós
falsificados
Que somos cúmplices
Que somos estúpidos
Que somos furúnculos ----------------do nada
inexistentes
corroídos
transformados
filtrados
fatigados
em mim-------------------------do nada.
Entrelaça
sons
imagens
pensamentos
desfazendo amargo
-sabor-
revivendo----------------------------do nada
em cegas linhas
em cegos que somos
em cegueira completa,




no final das contas,
sumimos e nem sabemos quem fomos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Daqui, hoje, nossa hora.

Passei a sentir isso quando apareceram esses passarinhos que sobrevoam a minha cabeça e não param de cantar um minuto, são três e eles se misturam conforme a canção, me canso e fico tonta, eles insistem e eu tenho que sobreviver assim.
Sinto saudades, de não pensar em nada, de ficar horas olhando o céu deitada na rede assoviando uma canção inventada por estar apaixonada, desaprendi tudo isso.
Sinto saudades, do nosso tempo perdido em cartas instantâneas e dos nossos desejos em comum, ou de encontra-los nas entrelinhas.
Sinto saudades dos versos, das palavras e das rimas, das coisas gigantes e das coisas mais banais, do observar para absorver.
Sinto saudades de me intrigar, de acreditar e de abraçar os sonhos que me desligavam do mundo, de querer sem limites.
Na verdade eu não tenho certeza, mas eu acho que cansei de ter saudades e tudo virou nostalgia, ou eu fui capaz de esconder aqui dentro de mim, talvez por enquanto.

Enlouqueci
e não penso em mais nada
obrigada.

terça-feira, 19 de abril de 2011



















Bati em meu peito pra gritar aos seus ouvidos que sou mulher antes de tudo, que sei o que quero e pra onde vou, antes que você fizesse aquela cara de quem sabe tudo e reclamar as mesmas bobagens de sempre. Também sou tudo o que você faz, consigo ser mais séria quando olho em seus olhos e fico da sua altura.

Pimenta em meus olhos
arde e faz chorar,
engulo à seco
bate no estômago
vomito em seus sapatos velhos
palavras e revoltas,
anseios
você nunca realmente entendeu
mesmo sabendo de tudo
mesmo tentando ser tudo...
Rubra e sanguinária
gosto de ver seu sangue espalhado no carpete azul,
tons de roxo
estrangulamento das suas idéias
me transformo
me transtorno
você não consegue mudar nem assim...

sábado, 16 de abril de 2011

P.








Seu útero preenchido de neném,
você tão dengosa e manhosa
que me exclusiva todos os segundos possíveis...
É amar o incontrolável
amor o nosso é maior
e o bebê mais ainda.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Outoneando

Deixando cair as folhas velhas dos galhos cansados
Balançando com o vento em círculos matinais
Prendendo pipas entre os laços do tempo
Adormecendo bichos antigos perdidos e tão meus
Abrindo os olhos para a luz ultra violeta
Alimentando de sais, sóis e lunares sonhos
Esperando o salto para o cosmo e depois
Desfazendo segredos em tempestades.

Só Sendo Árvore Só.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ele me tropeça às vezes
esse tal de Seu Mané
e me lapida
fazendo rolar
é de andar aberto
cabeça nas nuvens
e pés descalços
machuca pouco
e sabe brincar...
pra ele num sô-só pedra
só-sô casa de formiga
ou bola pra tartaruga

e vive me fazendo voar....

Ah Manoel de Barros...
Passageiros
transeuntes de tropeços
e meio fio
poça encharcou a boca
a calça lambeu o chão
homem de quinta
sexta e sábado
jogado e virado
na contra-mão.

sábado, 9 de abril de 2011

Confesso que em certas horas,
onde o vento faz a curva e não há nada mais a se fazer,
a presença, e a falta de presença significam:
deixar de -estar- quando as coisas chegam ao cúmulo do absurdo,
me faço delinquente, e passo a querer matar os minutos perdidos
me matando por ser corrupta e falsa sem lado certo da moeda...
Estar é outra coisa quando precisamos de nós mesmos,
não ver é cegar o que já está vencido de se enxergar,
nada a ver , no sense, afiada, sem saber.
Ser outras em sentido contrário, hoje, por algumas horas,
entreter, ironia hermética, sufocante, olhos atentos
aborrecidos, percebem tudo, riem de tudo, falam tudo.
Saio de mim por vocês, mas deixo bem claro que ser o que se vê ali,
é de mentira e eu não pertenço ao mundo que se faz.
Sem hipocrisia.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tudo vai ser diferente!
Imensidões vão mudar,
expectativas,
idéias
meus escritos.


Volto em breve em outra vibração.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

não é mais um fim

Mais um final de tarde
pensamentos vazios
boca - seca -
irradiação de chakras adormecidos
vontades que vem e vão
somem
castigam minha alma
fazem de mim o pó
e a certeza
de que não apenas sobrevivo
mas que estou viva
sentindo
sendo
o agora sem me julgar
estou certa que posso
reeguer
e me levantar.