sábado, 13 de novembro de 2010
Nos ventos turvos de uma cidade interiorana, jovens se despiam e deixavam que aquela poeira suja da cidade lhes grudassem nos rostos, cabelos e corpos, mas eles não tinham a real noção do que faziam, se deixavam sangrar no meio da loucura que os ventos os tornava e faziam ser. Dançavam e pareciam felizes, ou o barro moldado em seus rostos feito de lagrimas e terra lhes davam um sorriso simpático, não se destinguiam mais, não sabiam se eram velhos, crianças, não sabiam de sexo, não sabiam de palavras, esqueciam-se de seus problemas, desfaziam-se de suas virtudes, se jogavam no vento desconhecendo o sentido de viver, não queriam saber de conhecimento, viviam o ali ilimitado, e não queriam saber em que direção o vento soprava ou tentava os fazer sentir, estarrecidos por surpresas boas(?) ou ruins ficavam ali com suas bocas abertas, suas narinas a sugar o máximo de coisas que podiam, suas mãos se alisando e tentando se reconhecer, ficaram viciados e do tempo se estava frio ou não já nem queriam saber.
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