sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por Joaquim e seu pulsar

Meu caminho encontrou teu nome, no desfazer de outros significados. Meu caminho encontrou teu sentir, no desfazer de outras palavras. Teu toque na minha face, meus olhos fechados no teu sorriso. Te bebi em café hoje, nos pensamentos que estiveram por tanto tempo coagulados na parede de meu cérebro. Você esteve enquanto eu já não estava, tinha me esquecido até de te esquecer, mas você veio manso a me pegar desprevenida, distraída, deitada na rede. Um gole de você no meu silêncio, um riso frouxo de lado, a lembrança esquecida, a vontade. "Joaquim?" . Havia perdido a inspiração, nunca mais tive vontade de escrever aquelas cartas que só você por sinal entendia. Passei a ser tão corrupta quanto as minhas crenças, tudo era seu... Você veio, quieto e doce perambular nos meus sonhos. Respirei devagar, pra não deixar te apagar. Me assustei. Tudo isso já não bastava, o arrepio vinha a tona na nuca e desgraçava o prazer que você me dava, salgava nossa lealdade, nossa cumplicidade. Você mudou, seu pulsar mudou. Nos demoramos observando o que nos tornamos. Monstros no sentir, intensos cada um do seu lado, me mantive longe querido, te mantive longe... Ou tentei. Me recuperei quando nos achamos entregues um ao outro, você no seu pulsar e eu no meu sentir. Descuido besta. Joaquim em êxtase nunca mais sumiu.

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