terça-feira, 13 de novembro de 2012
Como se fosse árvore
E não havia tempo necessário para que aquele vento fosse respirado de forma essencialmente pura, para que aquele todo fosse absorvido de uma só cor, tonalidade singular de cada um. Ela abraçou o infinito que se fez a sua frente, sentiu dores do mundo, se cortou de dentro pra fora, fez significar, precisava. Coração palpitava na garganta como se quisesse expulsar choro preso, engolido, ela apenas levantava a cabeça afim de digerir, não adiantava. Respirou profundamente e foi engolida pela terra, seu corpo quente sendo alimentado de energias que haviam se dissipado com o tempo, se deixou crescer. Já não era matéria, já não sentia nada, era pó e tão natural, tão igual, não mais e não menos, apenas era. O Ser-Essência transbordou entre aquelas muralhas impostas em sua vida, atravessou hipocrisias, gritou. Abriu os olhos em chamas que ardiam em sua alma vontades de paz e bem. Estava limpa de novo, se sentia internamente preparada para semear tal fogo. Era ela dali pra frente, ela e só.
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