domingo, 28 de agosto de 2011

Silencia a mente, esvazia, enquanto me grita o som do espaço, noite sem lua, olhos, olhares, palavras, loucuras. Você chegou ontem mais bagunçado que o normal, roto, descalço, enquanto eu sentada na beira da calçada fumando meu único cigarro do dia, fiz questão de apagar na sua presença, assim como não quis te encarar. Dias haviam se passado, dias fora da sua noção do que poderia ter sido,insanidade, poesias jogadas aos boeiros, meu cabelo jogado para todos os lados era sinônimo de que andei pensando demais, fumando demais, bebendo demais, eu estava suja demais pra te olhar no olho e dizer que estava tudo bem. Mas você veio tão despido das coisas fúteis as quais conversávamos, tão essencialmente inteiro e pedindo pra ver meu rosto, ouvir minha voz. Tô guardada dentro de mim, me tranquei à sete chaves, "ando fútil" digo, "você não sabe o que é ser fútil" você disse e recomeçamos ali de mãos dadas entre energias. Amanhecia e o sol clareava nossos rostos, minha mente começava a ser preenchida de vontades, curtos sonhos, coisas boas e você acabou me fazendo sorrir de novo por um instante, "Joaquim" falei, "Eu sei, não precisa falar..." e nos abraçamos na saudade de ser aquela uma que um dia fui, "Ninguém morreu".

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