terça-feira, 22 de novembro de 2011

Escorpião, Tigre

Astrologicamente incorretos, desfigurados e transformados
Facilidade momentânea de se auto-reerguer
Caso simples que nos faz perder
Se houvesse seriam sérios, fáceis, concentrados

Reagir aos desencontros casuais, sendo o que se pede, assim mentido mesmo, novo para ser acreditado. Sacrifica-se a ideia do que éramos, tão desiguais e bonitinhos para o sabor doce do sorvete de creme, lambuzaram-se.

Ela estava lá de novo, na rede, mexendo em seus cabelos e olhando para as nuvens que devagar o vento soprava, olhar saudoso e sorriso no canto da boca, tranquila e de coração livre, o livro jogado no chão, palavras soltas no ar, apenas uma música na cabeça, vazio transcendental alimentava sua alma quieta, por ela os dias não passavam mais. Levanta-se ao perceber que o bule já avisa que a água está fervendo, "café" pensa e corre para a cozinha, "cheiro bom", sol de tardinha entra pela janela semi-aberta. Noite chega e ela se arruma para mais uma noite com os amigos e risadas enlouquecidas na beira da fogueira, violão e bebidas. Percurso já traçado, bar de sempre, ponte e pensamentos, vai assobiando e olhando as estrelas.
[...]

Equidade ao que foi posto, significantes progressos, mentiras sadias, sonho.
-Desiste antes que seja tarde! Aprende.
Nunca mais se viu ou se olhou no espelho, quem era ou o que era aquilo? Seus olhos estavam virados e de outra cor, seus cabelos passaram a ser penteados. Se deixou acreditando que poderia ser diferente.

"Uau, que sonho bom" Tanto faz, tanto fez.
"Menos garota" Tanto faz, tanto fez.
"Eu gosto de você" Tanto faz, tanto fez.
Fez.

Foi pro quarto escuro, fechou os olhos e nunca mais acordou.

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