quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um silencinho




















Ah não, não preciso disso,
nunca quis, nem sair de casa,
lá as pessoas correm, misturam energias,
enchem a cabeça
informações, informações
tenho preguiça só de ver
mundos noturnos-diurnos,
as cores da cidade grande
a agonia, a agonia...
não quero mais, bebe!
e te empurram a taça de vinho
palavras soltas,
livros, livros, filmes, poesia, cultura, música, letras, fumaças, cabelos, barbas, sorrisos, olhares, cheiros, mãos, abraços, braços.
Sou bicho do mato,
sempre fui, sei ver isso não,
até que é bonitinho
sorriso de ignorância,
pensamentos internos confundindo tudo
e tudo ao mesmo tempo num dá
deu, foi, num foi, sei lá...
Tento ser eu, e gostam
engraçado
ao redor as cabeças expandem
e pulsam, crescem
jogam-jogam, compartilham
observo, guardo pra mim, não sei falar mesmo
ninguem percebe mas a certeza de que sumi dali
me vejo distante, em mim, num canto, balanço
fantasio, nuvens, passarinhos, hortaliças
criança, prelúdio, raiz
- Ei!
-Hum?
-Você não concorda comigo?
Descorda-se na invenção de novo projeto futurístico
não sou do amanhã, sou do agora,
entre mim, minha imaginação, aqui,
quero casa, café, meu livro de agora e o que ele me faz pensar,
Ella Fitzgerald e macunaíma a querer carinho do meu lado...
Chego a conclusões de momentos assim
sou isso talvez por tentar ser isso
esse negócio de sair de mim
é por isso! Junção
absorvendo
o que quero e ponto.

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