quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

criaturinhas doidas

A esperança entra pela fresta da janela e pula enlouquecida atrás de mim, entro no quarto e fecho a porta , pego meu livro e acendo o abajour, a mariposa-estátua de ontem na parede resolve se mexer, balança suas a asas e vem em minha direção, direto no meu rosto! Boca fechada ainda bem, ela desaparece e reaparece para encostar sua bunda na lâmpada, lá fora o sapo coacha louco para que eu abra a janela e faça da mariposa a sua refeição, desisto de ler pois aquela bruxinha fica bagunçando meus pensamentos, vou para a varanda fumar um cigarro e dois, logo dois besouros sobrevoam sem direção por cima da minha cabeça, zuuuuuuumm até levanta alguns fios de meus cabelos, "filho da mãezinha" e dou risada, o outro mais parece uma barata tonta rodopiando na luz acesa bate na parede e morte, cai de pernas pro ar e seu amigo enfurecido nem pra ajudar! Analiso bem a situação, se eu desvirar esse cara ele vai bater de novo e de novo até desistir e morrer, seu amigo mais esperto já sumiu da varanda, pego ele na mão suas patas são grudentas e tem umas serrinhas que aderem à nossa mão, atravesso a rua e deixo ele no galho, "vai meu filho, segue a luz da sua casa", talvez que vá pra lua, pois agora apago a luz da varanda e entro em casa procurando a esperança, ela está em cima da mesa e não sei como pega-la, coloco um pote em cima e com uma folha de papel enfio por baixo do pote e pronto a esperança presa em minhas mãos, "vou jogar a esperança pela janela" estranhas palavras, vou ao quintal e solto ela lá, pelo menos ela continua morando em minha casa. A mariposa me espera, entro lentamente no quarto olhando todos os cantos, a louquinha está lá sobrevoando o abajour tomando aqueles choquinhos na bunda pois ele está quebrado e descarregando energia no ferro, "linda, a dançarina da noite, mas não no meu quarto", desligo o abajour e espero que ela saia, abano ela com uma camiseta e deixo que vá pro banheiro aceso, fecho a porta e vou dormir.

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